Pode até parecer ser algo que saiu de algum filme de ficção científica, mas a realidade virtual (RV) veio para ficar. A RV é uma das tendências mais fortes do mundo dos jogos, mas as aplicações são inúmeras, podendo ser utilizada até mesmo em escolas e na medicina.
Recentemente, o termo “realidade virtual” virou um jargão que está sendo atirado para todos os lados. No entanto, nem todos sabem o seu verdadeiro significado.
É por isso que, no artigo de hoje, explicaremos de maneira simples o que é realidade virtual e seu funcionamento. Mostraremos também a diferença entre ela a realidade aumentada (RA), suas aplicações e um breve comentário acerca de seu futuro.
Boa leitura!
O que é realidade virtual?
Também conhecida pelo acrônimo VR (do inglês “Virtual Reality”), a realidade virtual é um ambiente em três dimensões que é inteiramente simulado por um computador. Embora os elementos sejam todos artificiais, a possibilidade de explorar e interagir livremente com a simulação é o que a torna tão fantástica. São essas as duas características principais que tornam a realidade virtual algo tão imersivo.
Esses mundos são acessíveis por aparelhos específicos: os headsets de realidade virtual, projetados especificamente para serem tão imersivos quanto possível. Isso se dá principalmente pelo fato da simulação acompanhar os movimentos da sua cabeça e dos seus controles (caso você os tenha). Além disso, ao cobrirem perfeitamente o nosso campo de visão, nenhum estímulo visual do mundo real chega aos olhos do usuário.
Por mais que essa tecnologia pareça ser algo do futuro, ela já é parte das nossas vidas faz algumas décadas. O principal uso da realidade virtual se concentrava no campo da educação, onde treinamentos para médicos, militares e pilotos de avião eram realizados com essa tecnologia. Falaremos um pouco mais adiante sobre suas outras aplicações.
Recente popularização
Mesmo que muitos reconhecessem o potencial latente da realidade virtual, as tentativas de popularização em meados da década de 2000 foram em vão. Foi apenas no começo dos anos 2010 que essa tecnologia engatou a segunda marcha e decolou.
Mais recentemente, as restrições impostas pela COVID-19 deixaram muitas pessoas entediadas em casa. Nesses tempos sombrios, muitas pessoas encontraram no mundo dos jogos um refúgio e um novo hobby.
Auxiliada pela crescente quantidade de jogos de realidade virtual, pelos avanços tecnológicos recentes e pelos preços cada vez mais acessíveis, a área da RV foi uma das maiores campeãs desse período. Segundo o site Newzoo, a quantidade de usuários dessa tecnologia mais do que triplicou no período entre 2019 e 2022, saltando de 8 milhões para 27,7 milhões de usuários.
Como a realidade virtual funciona?
Um dos maiores questionamentos acerca da realidade virtual é o seu funcionamento. Embora seja impossível criar um ambiente realmente tridimensional e representá-lo em uma tela bidimensional, os headsets de realidade virtual possuem um truque em suas mangas.
Como existe uma tela diferente para cada olho, o dispositivo consegue gerar duas imagens levemente diferentes. Se feito da forma correta, essas duas imagens são interpretadas como uma só pelo cérebro, gerando a sensação de profundidade por meio da estereoscopia.
Aliás, você sabia que a visão humana funciona da mesma forma? Embora seja possível enxergar o mundo apenas com um olho, apenas conseguimos inferir a distância/profundidade de algum objeto a partir da pequena diferença entre as perspectivas dos dois olhos. E é esse o princípio que ajuda a tornar a RV tão imersiva.
Qual a diferença entre realidade virtual e realidade aumentada?
Por conta da similaridade tanto em seus nomes quanto em seus acrônimos, confundir os dois termos é algo ainda bastante comum.
A realidade aumentada (RA) é mais conhecida pelo acrônimo AR (do inglês “Augmented Reality”), caracterizada principalmente por usar o nosso mundo real como base na qual objetos tridimensionais são colocados. Esse aspecto é o maior diferencial entre as duas tecnologias, visto que na RV a totalidade do ambiente é simulado.
Outro notável ponto de contraste é a não obrigatoriedade de usar um headset para RVs: smartphones bastam para a RA. O exemplo mais icônico da tecnologia de realidade aumentada é o Pokémon Go, jogo no qual as criaturas podem ser renderizadas em 3D na tela do seu celular.
Quais as aplicações da realidade virtual?
Embora essa tecnologia tenha se popularizado principalmente por conta dos jogos, ela abre um leque enorme de possibilidades. Inovadora por si só, a realidade virtual é uma tecnologia versátil e de fácil aplicação em outras áreas. Veja só algumas delas:
- Na psicologia, profissionais podem usar a realidade virtual para tratamento de fobias por meio da terapia de exposição;
- Na arquitetura e engenharia, ela permite que os profissionais da área estudem melhor o espaço, visualizando-o em três dimensões e permitindo apresentá-lo aos clientes de forma imersiva;
- No entretenimento, as pessoas podem assistir a vídeos e filmes gravados em 360º, dando a elas uma experiência sem igual;
- No jornalismo, embora raro, é possível usar RV para viajar diretamente ao local dos fatos sem sair de sua casa. Por meio dessa abordagem, a audiência deixa de ser espectadora e pode sentir “na pele” como é estar em algum lugar ou passar por alguma situação dramática, aumentando o impacto das reportagens;
- Na educação, usar essa tecnologia permite melhor assimilação de conteúdo por parte dos alunos. Isso se dá principalmente pelo maior foco dos estudantes em comparação às aulas expositivas e pela visualização de conceitos teóricos de difícil demonstração em sala de aula;
- Na medicina, o uso de RV conseguiu diminuir os efeitos do mal de Parkinson, pois o mundo virtual dá aos pacientes a oportunidade de reaprender os movimentos perdidos por conta da doença. Além disso, a realidade virtual é usada para treinar cirurgiões nos procedimentos médicos quantas vezes forem necessárias para aperfeiçoar a técnica, reduzindo erros na sala de operação;
- Na cultura e arte, a tecnologia de RV está se tornando cada vez mais comum. Museus e galerias de arte podem oferecer visitas virtuais ou mesmo experiências com alto grau de imersão, ajudando o usuário a entender melhor a história e/ou a cultura em exposição;
- No mundo dos jogos, a realidade virtual permite aos jogadores se imergirem completamente no universo, criando uma experiência fantástica memorável. Se em cerca de 10 anos essa tecnologia já está assim, imagine daqui a 10, 20 anos?
Qual o futuro da realidade virtual?
Segundo um estudo feito pela Valuates, em 2017, o valor de mercado das tecnologias de RA e RV era de 11,35 bilhões de dólares. Com uma taxa de crescimento anual composta absurda de 63.3% ao ano, o valor dessa mesma indústria pode atingir 571,42 bilhões em 2025. Bastante coisa em apenas 8 anos, não?
Para atingir essa meta, os desenvolvedores ainda precisam encontrar soluções para os problemas que a tecnologia possui. No momento, os dois maiores são o “clipping”, que acontece quando algo atravessa um objeto sólido, e a náusea devido ao movimento.
No entanto, os avanços em vários outros fronts seguem. Por exemplo: a cada ano que passa, os headsets de RV recebem telas cada vez mais nítidas. Além disso, mesmo que não saibamos qual será o impacto delas na realidade virtual, é certo que as inteligências artificiais e o 5G trarão uma mudança de paradigma para os jogos.
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Como vimos nesse post, a tecnologia de VR ainda está dando seus primeiros passos, mas desde cedo mostra seu potencial. Suas versáteis e variadas aplicações estão lentamente ganhando espaço – com mais sendo criadas a cada minuto. Ao que tudo indica, o futuro é promissor para a tecnologia de realidade virtual. Por esse motivo, muitos desenvolvedores e investidores depositam suas fichas em jogos de RV.
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