Criar um jogo de RPG: um guia para iniciantes

Sumário

Nos últimos anos, o RPG se tornou um dos gêneros mais importantes no mundo dos games. Mesmo os jogos que não são de RPG entenderam a importância de alguns de seus elementos principais, como criação de personagens e cenário, e o incorporaram em suas produções. O objetivo deste artigo é ensinar os passos iniciais para criar um jogo de RPG.

Caso você não saiba, RPG é uma sigla para Role-Playing Game, ou seja, jogo de interpretação de personagem. Suas origens estão fora dos video games, nos livros de jogos de RPG, especialmente no lendário Dungeons & Dragons.

A origem do gênero RPG está offline, nos famosos dados e fichas de Dungeons & Dragons.

O RPG original, jogado completamente offline, apenas com o auxílio de uma ficha de personagem e alguns dados, consiste em um grupo de pessoas contando uma história em conjunto. O Mestre da seção faz a exposição do mundo, e o grupo de jogadores decide o que fazer nesse mundo.

Essa essência do RPG não pode ser simulada através de jogos eletrônicos (pelo menos ainda não). Portanto, quando falamos de jogos de RPG, falamos dos elementos que foram importados desse estilo de jogo offline para os jogos eletrônicos.

Entender quais são esses elementos, como replicá-los e qual o seu papel dentro de um jogo é fundamental para criar um jogo RPG de sucesso.

Então vamos logo começar a conversar sobre esses elementos para que você possa dar o primeiro passo na criação do seu RPG.

Elden Ring, um grande sucesso recente, representa muito bem o gênero de RPG.

Criar um jogo de RPG: quais as características de um RPG?

O que então faz um jogo ser RPG?

Bem, utilizando-se da origem do RPG como base, podemos estabelecer algumas regras básicas.

Customização de personagem

Tudo começa com o personagem a ser utilizado no jogo.

Na versão tabletop de RPG, a imaginação é o limite, literalmente. Porém, no mundo dos jogos eletrônicos, estamos limitados a uma certa quantidade de escolhas, mesmo que seja uma imensa quantidade de escolhas.

Portanto, a maioria dos jogos de RPG apresenta um processo de criação de personagem completo e versátil, para dar o maior número possível de escolhas para os jogadores. Com isso, o jogador vai poder criar o personagem de sua escolha e realmente se inserir no jogo.

Mas também existe o exato oposto. Outra tática empregada por alguns jogos de RPG é entregar ao jogador um personagem já pronto. Porém, ao utilizar essa técnica, a história do personagem precisa ser muito bem desenvolvida para que o jogador entenda suas motivações, personalidade e consiga “entrar na mente” do personagem.

De uma forma ou de outra, os personagens do jogo devem ser o foco principal e precisam ser muito bem desenvolvidos, seja pelo jogador, através de um sistema de customização, ou pelo desenvolvedor do jogo, através de uma história bem trabalhada.

Sistema de customização de personagem de Cyberpunk 2077

O mundo do jogo

Em um jogo de RPG, o próprio mundo deve ser um personagem.

Seja lá onde for o cenário do seu jogo, uma estação espacial em um futuro distante, um reino em uma era medieval fantástica, uma cidade nos tempos atuais, esse local deve ter uma estrutura sólida e, mais importante, existir para além do personagem.

Isso quer dizer que o universo do seu jogo deve existir por conta própria, sem girar ao redor do seu personagem. De fato, quanto maior e mais independente o universo, mais imersão isso vai trazer para o seu jogo. E imersão, é a chave de todo bom RPG.

O impacto das decisões

Apesar de, como acabamos de estabelecer, um bom RPG é aquele no qual o mundo funciona independentemente do personagem principal, ainda é importante fazer com que as decisões do personagem tenham impacto no mundo a sua volta.

Esse impacto não precisa ser imediato, ou mesmo muito importante para todo o universo do jogo. Mas, ao longo do tempo, o personagem deve sentir como as decisões mudam o ambiente ao seu redor.

Esse é um fato muitas vezes negligenciado ao se criar um jogo de RPG. Quando falamos de evolução em um RPG, não falamos apenas de aumento de poderes e árvores de habilidades, falamos da evolução do personagem como um todo e da sua importância no mundo a sua volta.

Sistema de progressão

E por falar em árvores de habilidades, esse talvez seja o elemento mais popular dos jogos de RPG.

Ao se criar um jogo, pode-se ignorar todos os aspectos que acabamos de mencionar, mas se for inserida no jogo uma árvore de habilidades e um sistema de progressão por experiência, muitas pessoas ainda vão considerar o jogo como um RPG.

E elas, por incrível que pareça, não estão erradas.

Tendo em vista que esse aspecto é o mais fácil de se incorporar em jogos eletrônicos, e de fato alguns jogos o fazem magistralmente, isso se tornou um aspecto fundamental e característico ao se criar um jogo de RPG atualmente.

Baldur’s Gate 3, jogo criado utilizando como referência direta os elementos de Dungeons & Dragons, como classes e raças de personagens.

Como criar um jogo de RPG?

Estabelecemos então as bases ao se criar um jogo de RPG: sistema de progressão e experiência bem definidos, universo bem construído e customização de personagem e liberdade de escolha.

Com isso em mente, vamos aos passos de como de fato iniciar o processo de criação.

01 – Planejamento

O primeiro passo para criar um jogo de RPG é planejar a história, personagens e ambiente. Antes de começar a escrever o código, ou pensar em artes, é importante ter uma ideia clara do que você quer que o jogo seja.

A resposta para as seguintes perguntas pode ajudá-lo durante o processo.

  • O que acontece no jogo?
  • Qual é a missão principal que o jogador precisa completar?
  • Quem são os personagens principais?
  • Quais são suas habilidades, características e motivações?
  • Onde o jogo acontece?
  • Qual é o mundo em que os personagens vivem?
  • Quais desafios podem ser encontrados nesse mundo?

Tudo isso deve estar incluso no GDD do seu jogo. Se você não sabe o que é isso, esse nosso outro artigo pode ajudar.

02 – Escolha uma engine

Para criar um jogo de RPG, você precisará escolher uma plataforma para desenvolvê-lo. Existem várias opções disponíveis, como Unity, Unreal Engine, GameMaker Studio, RPG Maker, entre outros.

Aprender a utilizar uma engine é todo um trabalho por si só. Muitas pessoas que sonham em desenvolver games acabam parando nessa etapa.

Aprender a mexer em uma engine é como aprender a mexer em qualquer outro programa, ou mesmo jogar um jogo novo: pode parecer complicado no começo, mas, com o tempo, tudo fica mais fácil.

Cada plataforma tem suas próprias vantagens e desvantagens, então é importante escolher a que melhor se adapta às suas necessidades. Temos uma série de artigos aqui pelo blog que podem ajudar você a escolher a engine certa para o seu projeto.

03 – Criação do ambiente

O ambiente é o elemento mais importante dos jogos de RPG.

É o mundo onde os personagens vivem e interagem com o jogador. Você precisará criar um mapa para o jogo, que inclua cidades, vilarejos, masmorras, florestas, montanhas, rios. O ambiente deve ser criado com cuidado para que seja realista e convincente.

Além disso, os ambientes são fundamentais para o sistema de progressão do jogo, algo fundamental em qualquer RPG.

Ao se criar um jogo de RPG, uma prática muito comum é separar os jogo em áreas. Cada área possui inimigos e desafios que se adaptam ao nível do personagem. Conforme o personagem evolui, ele vai para outras áreas, com inimigos mais poderosos.

Isso gera uma espécie de “balanceamento natural” no jogo. Essa prática deve ser levada em conta no momento do desenvolvimento do seu ambiente.

04 – Criação dos personagens

Com sua história e seu ambiente desenvolvidos, é hora de começar a pensar nos personagens.

Os personagens são a alma de um jogo de RPG. Eles precisam ser criados com cuidado para que os jogadores possam se conectar com eles. Cada personagem deve ter uma história própria, habilidades e características únicas.

Alguns personagens serão jogáveis, enquanto outros serão NPCs (personagens não jogáveis). Os personagens jogáveis devem ter uma variedade de habilidades e características para que o jogador possa escolher o que melhor se adapta ao seu estilo de jogo.

Esses personagens devem ter motivações que condizem com o mundo ao qual eles pertencem e devem sempre possuir personalidades muito específicas. Fuja dos personagens genéricos – utilize sua imaginação para dar uma história de fundo para cada personagem.

Geralt and Ciri, personagens principais de série de jogos The Witcher, são extremamente populares entre os fãs e alavancam o sucesso do jogo.

05 – Criação da história

A história é o que impulsiona o jogo de RPG. Ela deve ser criada com cuidado para que seja envolvente e cativante. Cada missão e cada personagem deve ter um papel na história principal. O enredo deve ser escrito de maneira que mantenha o jogador interessado em descobrir o que acontecerá em seguida.

Uma ótima técnica para criar uma história envolvente é estabelecer a dinâmica “personagens X mundo”. Essa técnica basicamente consiste em estabelecer um objetivo para um personagem e fazer com ele enfrente os desafios que o mundo colocaria em sua frente.

Seguindo essa técnica, nem é preciso criar um antagonista para o jogo – contudo, caso você queira, pense que o antagonista está exatamente na mesma situação do protagonista, mas eles estão simplesmente de lados opostos.

Muitas vezes o objetivo do protagonista é diretamente conflitante com o objetivo do antagonista, e isso já é o suficiente para criar uma dinâmica de “herói e vilão” envolvente.

06 – Criação do sistema de combate

O sistema de combate é um elemento clássico dos jogos de RPG eletrônicos.

Muitas vezes na famosa dinâmica de ações por turno, a ação acontece em intervalos, o que permite estratégia e exige planejamento prévio, um grande atrativo dos RPGs.

Ao criar um jogo de RPG, pense em como você deseja que o seu sistema de batalha aconteça. Quais habilidades estarão à disposição dos personagens, como os inimigos lutam, como funcionam os itens e as armas. Se existe um sistema da magia, como ele funciona?

Tela de combate do RPG Battle Chasers

Colocando a mão na massa

Com tudo isso definido, planejado e documentado, é hora de arregaçar as mangas na engine da sua escolha e começar a desenvolver o seu jogo.

Criar um jogo de RPG pode ser um processo desafiador, mas também muito gratificante. Com um bom planejamento e uma criatividade afiada, é possível criar um jogo envolvente e cativante.

Aqui na Main Leaf, ao longo dos nossos 12 anos de atuação do mercado de criação de games, nós já trabalhamos no desenvolvimento de diversos jogos de RPG de diferentes graus de complexidade. O resultado é sempre gratificante – e é um dos nossos gêneros favoritos de se trabalhar.

Entre em contato para conhecer mais do nosso trabalho ou para que possamos ajudar você com o seu projeto Responderemos em até 24 horas.

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