Seja você um gamer ou não, é praticamente certo que você já teve alguma experiência com jogos de tiro. Esse gênero é tão popular que possui vários títulos e franquias icônicas que ano a ano continuam a marcar seu nome na história gamer – a exemplo de Call of Duty e Battlefield, duas franquias de jogos de tiro do mais alto calibre e com grau avançado de realismo.
No entanto, nem todo mundo consegue rodar esses jogos em seus computadores. Muitos também não possuem os recursos (ou mesmo interesse) para adquirir os consoles capazes de rodá-los. Por conta disso, surgiu uma grande demanda em jogos de tiro em primeira pessoa – os FPS – mais casuais e acessíveis, fugindo do realismo tão presente nas superproduções gamer.
Para suprir essa demanda, nomes como antigos como Team Fortress 2, Point Blank e Combat Arms surgiram. Mais recentemente, fomos agraciados com jogos como Valorant, Overwatch e Rainbow Six Siege, que seguem extremamente populares mesmo anos após o lançamento.
Esse sucesso, por sua vez, inspira desenvolvedores e designers de jogos ao redor do mundo a se perguntarem: como criar um FPS online de sucesso? É isso o que vamos descobrir nesse artigo – e em apenas três passos!
1. Escolha a sua game engine
A escolha da game engine usada para o desenvolvimento do seu jogo é uma das decisões mais cruciais a ser feitas, pois é ela que vai definir a linguagem de programação usada para criar o seu jogo, seus limites técnicos e a facilidade para produzir o FPS.
Opção 1: Unity
Conhecido principalmente pela sua interface intuitiva e jogos com performance maravilhosa, o Unity é a engine mais usada no mundo. De fácil aprendizado e usando a linguagem de programação C#, ela é uma das melhores escolhas para a criação do seu FPS.
Opção 2: Unreal Engine
A segunda opção mais usada pelos produtores de jogos é a Unreal Engine, famosa principalmente pelo potencial absurdo que ela possui para gráficos de última geração (e com performance razoável). Um dos seus pontos mais destoantes em relação ao Unity é o fato de possuir recursos para uso imediato – personagens, armas e até mesmo controladores de dano.
A linguagem de programação usada na Unreal é o C++, famosa por ser uma das mais complexas no mercado. No entanto, é possível usar o Blueprint, um sistema de programação visual, para criar um jogo sem escrever uma linha sequer de código.
Outras possíveis opções
Caso você tenha alguma proposta diferente ou não se sinta confortável usando uma dessas duas engines, recomendamos que você pesquise outras opções um pouco mais afundo. Como exemplo, podemos citar a Godot Engine e Phaser.
Caso você esteja se sentindo mais destemido, você pode desenvolver a sua própria game engine, que é algo que demanda ainda mais tempo e dificilmente vale a pena para desenvolvedores indie, mas continua sendo uma opção.
2. Defina os elementos mais básicos de um FPS
Se você pegar todos os jogos de um mesmo gênero, você vai encontrar alguns elementos que são comuns a todos os títulos. Por exemplo: todos os jogos de puzzle possuem desafios lógicos que você precisa completar; visual novels possuem diálogos, gráficos quase sempre em 2D e são jogos que contam histórias.
Com os jogos FPS competitivos, a exemplo de Counter Strike: Global Offensive (CS:GO) e Valorant, a história se repete, e esses são os elementos mais essenciais:
Armas
Nenhum jogo FPS existiria se armas não existissem. Embora jogos com uma arma só existam, a maior parte dos jogos de tiro em primeira pessoa possui uma vasta quantidade de armas ou personagens que os jogadores podem escolher, cada qual com características, pontos positivos, pontos negativos e, em alguns casos, habilidades únicas.
O jogo de tiro da Blizzard, Overwatch 2, é um dos exemplos mais icônicos da atualidade: você pode até não ter a liberdade de escolher a arma, mas todos os personagens possuem uma arma, habilidades e um estilo de jogo diferentes. Você ser um jogador de tanque e criar espaço para os jogadores de dano ou mesmo ser um suporte e curar o seu time em meio à chuva de balas!
Movimentação responsiva e suave
Como partidas em FPS são geralmente definidas por quem tem o melhor reflexo, ter um jogo que funciona como o jogador espera é essencial. Essa regra vale tanto para seus controles quanto para a câmera.
Bom design de mapa
Um mapa de FPS bom é aquele em que os jogadores podem realizar emboscadas táticas usando ângulos imprevisíveis, pegando os inimigos de surpresa. Dessa forma, você possibilita os jogadores a expressarem sua habilidade de outras formas além de mira, aumentando a complexidade do jogo.
Alta performance e otimização de gráficos
Embora existam títulos do gênero com gráficos incríveis, a maioria dos desenvolvedores acaba optando por uma combinação de alta performance e gráficos aceitáveis. Em um jogo onde cada momento e cada frame importa, obter a máxima performance sem sacrificar a qualidade visual acaba virando uma das prioridades.
Condição de vitória
Praticamente todo jogo que você encontra por aí possui uma condição de vitória – aquilo que, se alcançando, faz um time vencedor e outro perdedor. Alguns FPS usam o formato “Team Deathmatch”, onde o objetivo é alcançar um número determinado de abates em conjunto com o seu time.
No entanto, o modelo “atacante vs defensor” está em alta no momento: vários jogadores (os atacantes) atuam em conjunto para explodir, hackear ou destruir alguma coisa. Enquanto isso, o time dos defensores precisa eliminar todos os atacantes antes que eles atinjam o objetivo.
Como estamos falando de um FPS online, você também vai precisar:
Um servidor eficiente
Em jogos que dependem de reação instantânea, é imprescindível ter um servidor estável, evitando dessa forma o “rubber banding”, efeito em que a latência ou a perda de pacotes causa imprecisões no movimento dos jogadores. Embora muitas vezes os problemas não sejam culpa dos desenvolvedores, você não vai querer carregar essa culpa, certo?
Sistema de pareamento
Todos os jogos competitivos costumam colocar na mesma partida jogadores que, em média, possuem o mesmo “Elo rating”, sistema criado por Arpad Elo para calcular o nível relativo de habilidade entre os jogadores. Aperfeiçoar esse sistema garante partidas mais justas e, portanto, mais agradáveis.
Ainda assim, não existe sistema de pareamento que seja à prova de balas, pois existem fatores externos que estão fora de seu controle: nada impede alguém de criar uma conta secundária ou mesmo entrar com uma conta já existente cujo nível não corresponde ao do jogador.
3. Implemente-os em seu jogo!
Assim que você terminar o design do seu FPS, é hora de arregaçar as mangas e começar a implementar seus componentes na game engine de sua escolha.
No entanto, atente-se para o seguinte:
Experiência do usuário: os 3 “C”s da produção de jogos
Independente do jogo que você está tentando desenvolver, existem três aspectos que DEVEM ser produzidos com êxito: o personagem (character), os controles (control) e a câmera (camera). Eles são extremamente importantes, pois é por meio deles que o jogador terá as primeiras impressões sobre seu jogo.
Se qualquer um dos três for falho ou frustrante de usar, é normal que os jogadores presumam que o resto do jogo é tão ruim quanto. Do contrário, o jogador se sentirá muito mais confortável e a chance de atingir o estado de fluxo (o famigerado “flow state”) aumenta significativamente.
Assim como existem três “C”s dos jogos, existem três práticas que aumentam a chance de você entregar um resultado fantástico:
– Feedback: quando você interage com alguma coisa, ela deve apresentar alguma reação. No caso de um jogo FPS, se você aperta para se movimentar, o seu personagem (e, com ele, a câmera) também deve; se você atira na cabeça de um inimigo com um tiro de sniper, ele deverá morrer;
– Responsividade: de forma geral, quanto mais rápido o feedback, melhor;
– Mapeamento dos controles: isso se refere à parte de escolher as ações que devem ser atribuídas a cada aperto de tecla ou botão. A forma mais inteligente de fazer esse processo é escolher aquilo que é natural, tomando outros jogos FPS como exemplo – WASD para movimentação, botão direito (RMB) para ativar a mira da arma e o botão esquerdo (LMB) para disparar a bala.
Caso seu jogo de tiro tenha outros controles, é importante realizar muitos testes e iterações para ver o que se encaixa melhor – receba todo o feedback possível nesse aspecto e o coloque em uso.
Como criar um FPS online: a opção mais fácil!
Agora que você tem um panorama do processo de desenvolvimento de um FPS, você talvez se sinta desencorajado. Afinal, produzir jogos, criar todos os game assets (recursos), gerir campanhas de marketing e ainda publicar é um processo que traz inúmeras dores de cabeça.
E se existisse uma forma um pouco mais fácil de realizar esse sonho?
É aí onde nós entramos: na Main Leaf, nós criamos jogos fantásticos sob demanda – e o próximo pode ser o seu! Possuímos mais de 70 profissionais talentosos e dispostos a entregar o jogo da forma como você vê em seus sonhos.
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