Desde sua concepção na década de 1950, a tecnologia de realidade virtual (RV) traçou um longo caminho. As primeiras experiências usando RV eram limitadas e muitas vezes desconfortáveis, precisando de dispositivos gigantescos para seu funcionamento.
No entanto, com o passar do tempo, o poder de processamento dos computadores aumentou de forma exponencial (segundo a famosa lei de Moore) e, acompanhando essa tendência, a RV se tornou cada vez mais imersiva e interessante.
Apesar de estar em alta no mundo dos games, a realidade virtual não é apenas sobre se imergir em um mundo virtual e se desligar do mundo real: a tecnologia possui um potencial imenso de revolucionar a forma como enxergamos a realidade.
Hoje em dia, tendo impactado várias áreas na última década, cada vez mais se fala sobre realidade virtual. Na engenharia em especial, ela se mostra bastante útil em vários aspectos: desde a visualização dos designs iniciais até como ferramenta importante para o treinamento de novos engenheiros, garantindo a segurança do processo.
Imagine você poder andar pelo interior de uma casa ou edifício antes mesmo de sua construção se iniciar? Ou mesmo testar um novo processo de construção em um mundo inteiramente simulado, aferindo sua eficiência e potenciais pontos de melhora? As possibilidades são infinitas! Bom, quase infinitas.
Seja você um engenheiro recém-formado ou um profissional que já possui décadas de experiência, nunca é tarde para começar a explorar o potencial da realidade virtual no seu ofício. Continue lendo para entender melhor o que é a realidade virtual, como ela pode ser aproveitada na engenharia civil e também nas mais diversas áreas da engenharia!
O que é a realidade virtual?
A realidade virtual é um ambiente em três dimensões totalmente simulado por um computador. Por meio de um headset de realidade virtual e com um aplicativo especialmente projetado para isso, é possível acessar esses universos digitais.
Apesar de todos os elementos dentro dele serem artificiais, seus usuários podem explorar e interagir livremente com os objetos da simulação. Como o dispositivo encobre totalmente o nosso campo de visão, a realidade virtual se mostra extremamente imersiva. Além disso, o que se vê na tela acompanha os movimentos que você faz com a cabeça (e com os controles caso você os tenha), amplificando ainda mais o efeito.
Impactos da realidade virtual na engenharia civil
Agora que você sabe o que é a realidade virtual, vamos falar de que formas ela está presente na engenharia civil:
Visualização do projeto em seu estado final
Como mencionamos antes, uma das aplicações mais interessantes da realidade virtual na engenharia civil é a possibilidade de visualizar o projeto antes mesmo de sua construção ser iniciada. Com essa visualização prévia, os clientes poderão ver e requisitar ajustes na disposição dos móveis, que pode ser visualizada de forma instantânea, aumentando a confiança em relação ao projeto e promovendo um diferencial competitivo à empresa.
Além disso, os engenheiros e designers podem usar a tecnologia para analisar o projeto em seus mínimos detalhes. Caso os profissionais encontrem algo que não está nos conformes, ele pode ser corrigido ainda antes do processo de construção se iniciar, economizando tempo, poupando estresse, e minimizando a probabilidade de ter que realizar o infame retrabalho.
Por fim, criar o projeto em um ambiente virtual elimina a necessidade de criar uma maquete – e suas remodelagens sempre que houver alterações no projeto – aumentando a disponibilidade dos profissionais para outras tarefas essenciais.
Treinamento profissional
A realidade virtual pode ser utilizada para treinar engenheiros civis nos mais variados aspectos da profissão. Com a RV, os profissionais podem se familiarizar com todas as ferramentas e boas práticas de navegação nos locais de construção sem o risco de se ferirem ou prejudicar o andamento da mesma.
Nas simulações, por exemplo, os usuários podem tentar quantas vezes forem necessárias até que assimilem o uso correto das ferramentas e máquinas, reduzindo a chance de acidentes na obra.
Simulação de vários cenários
A tecnologia também permite a simulação dos mais variados cenários: como que uma determinada estrutura vai se comportar sustentando todos esses andares? E se colocarmos mais um em cima? E se estiver chovendo e/ou ventando forte?
Com essa possibilidade em mente, os engenheiros podem testar seus projetos de forma prática, gerando resultados que podem ser utilizados para otimizar suas obras, reduzindo gastos e facilitando o processo de construção.
Planejamento e execução com pontualidade
A realidade virtual pode ser utilizada para criar modelos em três dimensões do local de construção, permitindo que os gestores planejem e coordenem o projeto da forma mais eficiente quanto possível. A tecnologia também se mostra útil para identificar potenciais gargalos no processo de construção.
Dessa forma, a realidade virtual permite que as empresas estipulem prazos mais precisos, aumentando a pontualidade da entrega. Como atrasos são sempre vistos de forma negativa pelos clientes, aliar a RV com a engenharia civil se torna algo extremamente positivo para ambas as partes.
Comunicação e colaboração
A realidade virtual também permite a comunicação a distâncias muito grandes, possibilitando a colaboração entre equipes mesmo que estejam separadas por centenas de quilômetros – e até fusos horários diferentes. Com a tecnologia, é possível se reunir com outros profissionais em uma sala de conferências virtual, onde todos podem visualizar, comentar, e ajustar o mesmo projeto.
Isso é imprescindível em um mundo cada vez mais conectado – ainda mais com a popularização do home office em anos recentes, impulsionado principalmente pela recente pandemia.
Realidade virtual em outras engenharias
Por mais que a engenharia civil seja o nicho em destaque, a realidade virtual também se encontra presente em muitas outras áreas da engenharia. Vamos ver algumas delas?
Engenharia aeroespacial
Nessa área, a realidade virtual ajuda no processo de design e produção dos componentes usados nos aviões, permitindo que os profissionais testem a acessibilidade das várias partes durante a manutenção e visualizem o design do interior do avião. Recentemente, engenheiros da Boeing usaram a realidade virtual para determinar a melhor forma de montar o 737 MAX.
A tecnologia também se encontra presente no treinamento da comissão de bordo, pilotos e até mesmo astronautas, sendo uma ferramenta essencial para solidificar o aprendizado. Além disso, ela pode atuar como uma ponte para aumentar a eficiência dos processos de manutenção e servir como entretenimento para os passageiros durante voos mais longos, melhorando a experiência do cliente.
Engenharia elétrica
A realidade virtual está também presente na engenharia elétrica, sendo utilizada principalmente no treinamento de segurança dos profissionais que mexem diretamente com a manutenção das redes elétricas.
Engenharia química
Já na engenharia química, a realidade virtual é muito usada na educação. Com a tecnologia, os estudantes podem modelar várias máquinas em 3D, experimentar uma infinidade de reações químicas, aprender sobre segurança no trabalho, e até mesmo usá-la como ferramenta para melhorar o ensino à distância.
Engenharia mecânica
Por fim, na engenharia mecânica, a realidade virtual é bastante promissora. Os profissionais dessa área podem projetar modelos em 3D de maquinaria pesada, além de diagnosticar e analisar problemas que podem surgir com sua operação usando a realidade virtual.
Ademais, um estudo recente demonstrou que implementar a realidade virtual na sala de aula melhorou o rendimento dos estudantes e reduziu gastos com o ensino.
Main Leaf: soluções práticas em desenvolvimento de projetos em realidade virtual
Como você viu nesse post, a realidade virtual é uma tecnologia que tem o poder de quebrar paradigmas e revolucionar a forma como enxergamos o mundo. Isso é verdade principalmente no ramo da engenharia, onde a tecnologia, quando aplicada da forma correta, torna o processo mais eficiente: os gastos são menores, a segurança é maior, e os resultados são ainda melhores.
No entanto, em meio a tantos pontos positivos, alguns nichos ainda carecem de softwares compatíveis com a tecnologia: são poucas as soluções gratuitas ou de baixo custo.
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