O impacto do mundo dos videogames é inegável hoje em dia. Com orçamentos milionários, dignas de produções hollywoodianas, muitos jogos tornam-se fenômenos culturais e alavancam as tecnologias digitais. Mas como tudo isso surgiu? Quando foi criado o primeiro videogame?
Os avanços tecnológicos e a popularidade dos videogames hoje influencia inclusive o mundo dos negócios, com a crescente demanda por produções no metaverso e as diversas possibilidades de interação que só os videogames podem trazer.
Estudos apontam que, além de ter movimentado cerca de 196 bilhões de dólares em 2022, a tendência é de um crescimento de 7,2% na indústria até o fim de 2023.
Portanto, a indústria de videogames veio para ficar. Além de falar quando foi criado o primeiro videogame, vamos dar uma volta ao passado e seguir uma linha do tempo que nos explique os principais avanços que influenciaram o fenômeno dos videogames.
Quando foi criado o primeiro videogame?
A palavra “videogame” pode se referir tanto aos jogos em si quanto aos consoles nos quais esses jogos são jogados. Portanto, a resposta para essa pergunta pode ser um tanto quanto ambígua.
O primeiro aparelho dedicado à jogos, ou seja, o primeiro console de videogame, foi o Magnavox Odyssey, que ficou conhecido apenas por Odyssey nos anos subsequentes.
O console foi lançado em 1972, mas estava em fase de desenvolvimento desde 1966, o que o confere o título de console mais antigo da história.
Porém, se formos falar de jogos, existem alguns anteriores à própria invenção do primeiro videogame. Algo que pode parecer esquisito a princípio, mas faz sentido, uma vez que a ideia de videogame tem que ter surgido de algum lugar.
Vamos então para a nossa linha do tempo para entendermos melhor essa história.
Linha do tempo dos videogames
1940 – Nimatron
Em 1940, na Feira Mundial de Nova Iorque, foi apresentada uma máquina capaz de jogar Nim, um milenar jogo chinês de estratégia.
Essa máquina ficou conhecida como Nimatron, sendo a primeira da história capaz de oferecer uma interação entre máquina e usuário através de um jogo.
1958 – Tennis for Two
Esse “jogo” foi criado pelo físico Willy Higinbotham como forma de passatempo para os visitantes do seu laboratório.
O jogo era processado por um computador completamente analógico através de um osciloscópio, um aparelho que mede sinais elétricos e eletrônicos em um gráfico em duas dimensões.
O jogo simulava uma partida de tênis através da manipulação de sinais eletrônicos.
1962 – DEC PDP-1 SpaceWar
Considerado o primeiro jogo de computador, o SpaceWar foi desenvolvido por um grupo de estudantes do MIT em um computador do tipo DEC PDP-1.
O jogo foi desenvolvido como uma espécie de desafio para mostrar a capacidade da nova máquina, a primeira com transistores e tela, bem mais próxima da ideia de computador que temos hoje em dia.
1968 – Brown Box
Um importante avanço no mundo dos videogames foi a criação do Brown Box pelo alemão Ralph Baer.
O protótipo, que revolucionou a indústria, consistia em um aparelho que poderia ser conectado à TV para jogar jogos eletrônicos simples.
1972 – Lançamento do Magnavox Odyssey
Considerado o primeiro console da história, o Odyssey foi o primeiro aparelho criado exclusivamente para jogos.
Continha originalmente 12 jogos, lançado no Brasil com o nome de Telejogo. Foi o surgimento do videogame como o conhecemos hoje.
1977 – Atari 2600
Nesse ano foi lançado nos Estados Unidos o famoso Atari, um marco cultural dos anos 80 e da indústria dos games.
O console foi um sucesso estrondoso de vendas, estabelecendo definitivamente o videogame como uma nova mídia cultural.
1976/1984 – Saturação do mercado
Entre o final dos anos 70 e início dos anos 80, a quantidade crescente de consoles, sem uma melhora significativa na qualidade ou variedade dos jogos, tornou por saturar o mercado.
Vendas entraram em queda e uma corrida por uma nova tecnologia por parte dos fabricantes foi iniciada.
1983 – NES/Famicom
A primeira empresa a dar a largada na nova tecnologia de jogos foi a Nintendo com o lançamento do NES (Nintendo Entertainment System), o famoso Nintendinho, como ficou conhecido aqui no Brasil.
O console de 8 bits é considerado o primeiro da terceira geração. Com ele, a Nintendo dominou o mercado durante quase toda a década.
1988/1994 – Mega Drive x Super Nintendo
Em 1987 a Sega havia lançado o Master System, visando competir com o NES. Apesar do sucesso, o Master System não chegou nem perto de bater as vendas do concorrente.
Sabendo que não ia ser capaz de derrotar a Nintendo na batalha de 8 bits, a Sega passou a rapidamente desenvolver um console que desse um salto para a próxima geração: a geração dos 16 bits.
Foi então que, em 1988, a Sega lançou o Mega Drive, também conhecido como Genesis nos Estados Unidos, tornando-se imediatamente um sucesso de vendas.
Vendo sua hegemonia ser ameaçada pela primeira vez em décadas, a Nintendo logo corre para lançar o seu próprio console de 16 bits, o famosíssimo Super Nintendo.
A rivalidade entre o Mega Drive e o Super Nintendo é considerada a primeira batalha entre consoles, com os mesmos jogos sendo lançados para as duas plataformas.
Essa batalha marcou toda a geração dos anos 90 com as emblemáticas batalhas entre Mario e Sonic, mascotes das empresas.
1994 – A chegada do PlayStation
No início dos anos 90 a Sony entrou no mercado dos games através de uma parceria com a Nintendo, com o objetivo de adaptar o Super Nintendo para a utilização de CDs ao invés dos famosos cartuchos.
No entanto, a parceria não rendeu frutos e logo a Sony buscou desenvolver seu próprio console, que veio a ser o principal representante da quinta geração de consoles e se tornar o grande marco na popularidade dos videogames: o PlayStation.
Com a introdução de jogos através de CDs e uma imensa variedade de títulos, a Sony rapidamente dominou o mercado. Dois anos depois a Nintendo lançou seu próprio console, o Nintendo 64, porém o PlayStation já havia tomado conta do mercado.
E a Sega? Bem, no mesmo ano do lançamento do PlayStation a Sega lançou o seu próprio projeto, o Sega Saturn. Porém, com especificações técnicas e más decisões de marketing, o projeto foi um fracasso comercial.
1998 – Jogos online e fim da Sega
Em 1998, como uma última tentativa de reconquistar seu espaço na indústria, a Sega aposta todas as suas fichas no seu novo projeto, o Dreamcast, inaugurando a sexta geração de consoles.
O Dreamcast trazia algo inovador, outro marco fundamental no desenvolvimento dos videogames: a jogabilidade online. O console vinha com um modem imbutido, permitindo acesso à internet, algo revolucionário para a época.
Apesar dessa nova tecnologia e de um breve sucesso inicial, o console não teve sucesso. Sendo o segundo fracasso da Sega, a empresa resolveu retirar-se do mercado de consoles em 2001.
2000 – PlayStation 2 e Xbox
O tão aguardado do lançamento do PlayStation 2 trouxe consigo avanços significativos na tecnologia de games, especialmente nos aspectos gráficos.
Com o fim da Sega e a mudança de direção da Nintendo para os jogos portáteis, apesar do relativo sucesso do Nintendo 64, o caminho parecia livre para a Sony conquistar de vez o mercado dos games.
Porém, um ano depois, a Microsoft lança o Xbox e, surpreendentemente, o console se manteve firme no mercado graças ao seu hardware superior e às inovações proporcionadas pela Microsoft.
A grande inovação do Xbox veio na forma da Xbox Live, um serviço de jogos que permitia aos usuários comprarem jogos no formato digital. Com isso, estava oficialmente dada a largada para a era dos jogos multiplayer online.
O PlayStation ainda dominou o mercado, mas o Xbox já deu sinais de que seria um concorrente forte no futuro.
2005 – PlayStation vs Xbox
Com o lançamento do Xbox 360 em 2005, seguido do PlayStation 3 em 2006, iniciou-se a segunda grande batalha entre consoles, travada até hoje pelas duas empresas.
Diferente dos anos 90, essa batalha foi travada ferrenhamente na internet por fãs dos consoles: os “Caixistas”, fãs do Xbox (o nome é uma piada com a palavra box, que significa caixa) e os “Sonystas”, fãs do PlayStation (o nome é uma referência à Sony, empresa responsável pela produção do console).
Com jogos sendo lançados para as duas plataformas, a comparação entre gráficos era ferrenha. As discussões sobre qual console possuía os melhores jogos exclusivos também dominava muitas rodas de conversa.
Foi graças a essa batalha que os videogames dominaram de vez o mainstream cultural. A competitividade gerou um grande empenho das empresas pelo desenvolvimento de melhores jogos e tecnologias.
Nessa era foram foi iniciada a prática de investimentos milionários em jogos, criando a categoria dos jogos AAA, com orçamentos equiparáveis a uma produção de filme blockbuster.
Esses investimentos geraram alguns dos jogos mais bem sucedidos da história, como GTA V, Halo, Call of Duty, Assassin’s Creed, God of War, entre diversos outros.
E a Nintendo?
Em paralelo a toda essa batalha, a Nintendo ainda lançou alguns consoles, como o Nintendo Wii, revolucionário por seu controle contendo um giroscópio e um acelerômetro, o que possibilita interpretar comandos físicos no jogo.
O Nintendo Switch também propôs uma revolução. Com uma tela embutida, o console híbrido pode se tornar tanto um portátil – mercado que a empresa sempre dominou – quanto um console de mesa.
Nos últimos tempos, a Nintendo não demonstra vontade de alcançar a potência tecnológica de seus dois competidores. Em vez disso, ela mantém uma filosofia de familiaridade e conforto em seus produtos, visando garantir experiências inovadoras a jogadores de todos os tipos – especialmente os mais casuais.
E na atualidade?
A batalha entre Xbox e PlayStation continua, com os Xbox Series X e o PlayStation 5.
Os avanços tecnológicos e a popularidade dos videogames fizeram com que o passatempo virasse coisa séria.
Um exemplo foi o surgimento dos e-sports, ligas onde times profissionais se dedicam à competição de videogames. A crescente gamificação no âmbito empresarial e educacional também mostra o impacto dos games na cultura.
Mas talvez, mais recentemente, o mais importante de todos esses avanços seja o metaverso. E para, falar dele, temos que falar de um “console” que ficou de lado durante todo esse tempo.
Os jogos de computador
Em paralelo a tudo isso, os computadores pessoais melhoravam cada vez mais – e foi só uma questão de tempo até eles também entrarem na disputa e começarem a ser usados como consoles. Afinal, o primeiro videogame foi criado em um computador, e só depois vieram os consoles.
Hoje em dia é quase um consenso que “o melhor console” é o computador, os famosos PC gamers. Eles possuem mais poder de processamento, podem ser customizáveis e pode receber upgrades.
Foi graças às constantes evoluções e tecnologias proporcionados pelos computadores que surgiram os primeiros experimentos com realidade virtual, o que hoje é uma peça chave na estratégia de negócios de gigantes do mercado, como a Meta, a Nvidia e a Microsoft.
O futuro da indústria de videogames
O desenvolvimento de jogos mostra-se fundamental para ingressar no futuro, que promete incluir muito videogame.
Trabalhar com profissionais – ou empresas – capacitadas com essas ferramentas de desenvolvimento é fundamental para não ficar para trás neste mercado tão competitivo.
Aqui na Main Leaf, nós trabalhamos com o desenvolvimento de jogos há mais de 10 anos. Estivemos presentes em muitas das mudanças mencionadas nesse artigo e estamos preparados para o que o futuro do mercado tem para oferecer!
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