Você sabia que os games são uma das formas mais populares de entretenimento? Atingindo mais de 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo, a indústria dos jogos se tornou um fenômeno que movimenta centenas de bilhões de dólares anualmente. O portal Statista projeta que, em 2023, o mercado de games movimentará quase 400 bilhões de dólares (ou 2 trilhões de reais), mostrando seguir em constante expansão.
Diante disso, a demanda por profissionais no ramo de desenvolvimento de jogos tem crescido exponencialmente – e duas das perguntas que mais vemos pelas redes são as seguintes: o que faz e quanto ganha um criador de jogos? Por isso, criamos esse artigo para explicar as responsabilidades e a remuneração dos desenvolvedores de jogos! Além disso, exploraremos também as habilidades essenciais e as melhores práticas para ingressar na área.
Quanto ganha um criador de jogos?
O salário médio de um desenvolvedor de jogos no Brasil pode variar bastante a depender da região onde você pretende trabalhar e do seu tempo de experiência.
A remuneração média está na faixa de R$3.300 segundo a plataforma Glassdoor, que representa apenas a média sem considerar os anos de experiência. Ou seja, salários de profissionais em início de carreira jogam a média para baixo enquanto desenvolvedores com muitos anos de experiência a alavancam para cima.
Já segundo o blog Contabilizei, essa distinção se torna bem mais aparente: profissionais em início de carreira recebem aproximadamente R$2.550 mensais, com esse valor podendo ultrapassar a marca dos R$5.000 com poucos anos de carreira. Os profissionais mais experientes recebem cerca de R$11.000 mensais, mas esse valor pode ir muito além!
Fatores que afetam o salário de um programador de jogos
Como visto anteriormente, o salário de um desenvolvedor de jogos pode variar bastante. Abaixo, citaremos os principais fatores que causam tamanha variação:
- Experiência e tempo de carreira: desenvolvedores em início de carreira costumam receber uma pequena fração do que os programadores mais experientes recebem. Além disso, cargos de nível sênior trazem responsabilidades maiores, que implicam em compensações mais atrativas;
- Leque de habilidades: quanto maior seu leque de habilidades, maior o salário potencial. Ter conhecimentos que estão em alta demanda, como integração de redes neurais às game engines mais populares (Unity e Unreal) e a criação de jogos em realidade virtual, também são fatores que afetam positivamente o salário;
- Tamanho da empresa: de forma geral, quanto maior a empresa de desenvolvimento de jogos, maior é o salário de seus empregados. Além disso, estúdios com vários jogos bem recebidos pelo público também costumam oferecer salários mais atrativos para evitar a fuga de talento;
- Localização da empresa: o local onde a empresa está sediada também pode afetar o salário de forma significativa. Por exemplo, estúdios de jogos em São Paulo costumam pagar salários maiores do que em outras cidades para auxiliar com os custos de vida, que também são maiores. Só um detalhe: isso não necessariamente se aplica quando o desenvolvedor é contratado remotamente;
Expandindo seus horizontes: e se trabalhar no exterior?
Para os criadores de jogos que buscam trabalhar para clientes no exterior, o mercado é ainda mais fértil e promissor. Segundo dados do Glassdoor, um desenvolvedor de jogos nos Estados Unidos recebe aproximadamente 84 mil dólares por ano. Convertendo pra real, esse valor ultrapassa a casa dos 400 mil reais por ano – ou um salário mensal na faixa dos 33 mil reais.
No entanto, é esperado que o profissional júnior receba em torno de 44 mil dólares anuais na função, valor que representa a bagatela de R$17.500 mensais aqui no Brasil!
E o que faz o criador de jogos?
Esse profissional desempenha um papel crucial no processo de criação de um jogo: eles são responsáveis desenvolver e implementar ideias fantásticas de jogos, buscando sempre criar uma experiência marcante. Exploraremos a seguir as várias responsabilidades que criadores de jogos podem ter:
- Criar o conceito, as mecânicas, e o universo do jogo: entrando mais na parte de design do jogo, os desenvolvedores podem ficar responsáveis pela parte criativa do jogo, definindo suas regras, principais mecânicas, premissa, enredo, personagens, desafios, e muito mais;
- Realizar a implementação técnica do jogo: com o auxílio das “game engines”, os desenvolvedores programam o jogo e suas mecânicas de acordo com a visão do time de design. Em um primeiro momento, protótipos em linguagens como Python podem ser criados para testar a ideia inicial, mas a implementação em si costuma ser em C++ (caso use Unreal Engine), C# (caso use Unity), ou JavaScript (para jogos de navegador);
- Fazer o design de níveis, ambientes, e definir os obstáculos: eles podem ser responsáveis por projetar e construir níveis, paisagens, e caminhos dentro do jogo, criando estruturas e elementos interativos para proporcionar uma experiência envolvente aos jogadores;
- Testar o jogo para ver se está tudo funcionando: desenvolvedores podem também realizar funções análogas ao profissional de QA (quality assurance, ou garantia de qualidade), testando o jogo múltiplas vezes em busca de erros e pontos de melhoria. Com seu esforço coletivo, os desenvolvedores conseguem refinar e balancear o jogo para garantir a melhor experiência para o jogador;
- Encontrar e corrigir bugs: também conhecidos como “falhas de software”, os bugs são uma constante na vida e qualquer desenvolvedor – querendo ou não, até mesmo os profissionais mais experientes podem acabar deixando alguma falha passar. Embora alguns bugs passem despercebidos pelo time de QA e criem situações engraçadas, a maioria afeta negativamente a experiência dos jogadores, devendo ser corrigidos o quanto antes;
- Criar os recursos interativos do jogo: mais conhecidos pelo termo “game assets”, os recursos podem se apresentar em várias formas, como modelos 3D, ícones 2D, animações, scripts que controlam o comportamento de NPCs, efeitos sonoros, e música ambiente;
- Realizar o “game porting”: embora seja raro para a maioria das empresas de games, pode acontecer de elas quererem lançar novamente um jogo, só que para outra plataforma, garantindo que tudo rode suavemente e sem problemas de compatibilidade. Ao processo de adaptar um jogo para outra arquitetura de hardware é dado o nome de “porting.”
Como se tornar um criador de jogos?
Uma das coisas mais interessantes da área de desenvolvimento de jogos é que não existe um caminho único (como acontece no caso de medicina e direito).
Embora a graduação em uma área relacionada, como engenharia de software, ciência da computação, ou mesmo design gráfico, possa agregar valor ao seu currículo, ele não é um requisito para ingressar na área. No entanto, boa parte dos cargos de maior responsabilidade requerem curso superior, mas nada te impede de fazer um curso fora do período do trabalho durante a sua jornada em criação de jogos.
A forma mais simples de começar é também a mais eficaz: escolha a sua área (design, programação, ou arte para jogos) e comece com projetos guiados simples, que você pode encontrar no YouTube ou mesmo na Udemy por preços acessíveis, aumentando sua complexidade conforme você se torna mais experiente com o processo de criação de jogos.
Quando você já tiver um pouco dos conhecimentos básicos de como criar um jogo, você já pode se aventurar no mundo das game jams, eventos em que jogos são criados do começo ao fim em um período curtíssimo de tempo. A experiência é melhor ainda se você formar uma equipe com outras pessoas, incentivando a criatividade, colaboração, e melhoria das suas habilidades em um ambiente desafiador, mas divertido.
Além disso, fazer parte de eventos na indústria de games, como conferências virtuais e workshops, proporciona oportunidades únicas para realizar networking com outros profissionais, aumentando suas chances de conseguir uma oportunidade na área.
Manter um portfólio atualizado com os seus melhores projetos – todos eles com sua devida documentação – é imprescindível, pois é ele que mostrará a extensão de suas habilidades na área aos recrutadores.
Por fim, é fundamental lembrar que o mercado de trabalho na área de desenvolvimento anda extremamente competitivo, com muitas vagas de emprego na Gupy (e plataformas similares) chegando a apresentar mais de 500 candidatos por vaga – aproximadamente 5 vezes mais competitiva do que cursar medicina na USP. Por isso, ser insistente e ter perseverança é essencial para não desanimar, sobretudo no começo da sua jornada na indústria de jogos.
Quais habilidades são necessárias para um desenvolvedor de jogos?
Como a área de criação de jogos é muito abrangente, as habilidades necessárias para ingressar na área pode variar dependendo da sua especialização.
Para todas elas, você vai precisar de uma boa dose de criatividade para encontrar soluções de design ou programação, saber como trabalhar em equipe, ter habilidades comunicativas fortes, nutrir uma paixão por games, saber administrar o próprio tempo, e estar continuamente aprendendo alguma coisa nova, pois a indústria de jogos está em constante evolução.
No entanto, a depender da sua especialização, você vai precisar de conhecimentos mais específicos. Se você quiser focar mais na parte de fazer o design do jogo, você precisará demonstrar habilidades sólidas de escrita, storytelling, design de nível, e prototipagem, além de entender um pouco de psicologia e ter criatividade para desenvolver mecânicas de jogo únicas.
Já para programação de jogos, é essencial dominar conceitos de programação, como algoritmos e estruturas de dados, além de ter proficiência com uma das linguagens usadas para criar jogos (JavaScript para jogos web, C# para Unity, e C++ para Unreal Engine). É importante também saber encontrar e corrigir bugs, integrar APIs ao código do jogo, e conceitos de otimização para jogos – em especial o gerenciamento de memória.
Por fim, para o artista de jogos, é importante ter domínio sobre sua arte e os programas utilizados para sua criação. Por exemplo, artistas 2D costumam usar o Photoshop ou o Clip Studio Paint, os profissionais que trabalham com 3D fazem uso do Blender, Maya, ZBrush, e 3ds Max, e aqueles que mexem com criação de áudio realizam seu trabalho com o FL Studio, Ableton, ou Audacity.
Conclusão
Como visto nesse artigo, a área de desenvolvimento de jogos é extremamente abrangente, podendo o profissional se especializar em vários aspectos da mesma. Com isso, os salários nessa indústria também podem variar amplamente, mas a média está na casa dos R$3.300 mensais.
No entanto, se você estiver disposto a se dedicar por anos, o salário pode ultrapassar a marca dos R$ 15 mil, e também há a possibilidade de trabalhar no exterior, sobretudo nos EUA, onde os salários para desenvolvedores de jogos costumam ser mais altos, mantendo uma média de 84 mil dólares anuais de remuneração.
Agora que você sabe quanto ganha um criador de jogos, que tal partir para o desenvolvimento do seu próprio jogo? Se você tem uma ideia em mente, fique à vontade pra olhar um dos nossos guias de desenvolvimento ou entrar em contato conosco!
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