Criar um jogo não é tarefa fácil. Além do trabalho bruto com programação e design gráfico, o desenvolvimento de um software exige muito trabalho em equipe e organização. Sendo assim, uma ferramenta excelente para o auxílio desses aspectos é uma técnica chamada game design canvas.
Muitas vezes, devido à falta de organização, muitos projetos já começam fadados ao fracasso. Isso não vale só para a indústria de games, mas para todo o mercado corporativo como um todo.
Hoje em dia, com a grande variedade de profissionais especializados ao qual temos acesso, é possível criar projetos incríveis de forma extremamente eficaz. Porém, isso só é possível se a nossa organização estiver em dia.
A técnica do canvas já é bem difundida no mundo empresarial – e o objetivo desse artigo é ensinar como aplicá-la no desenvolvimento de jogos. Então vamos lá!
Game design canvas: o que é?
A técnica do canvas consiste em organizar visualmente todas as informações relevantes a um projeto em um quadro com várias divisões.
Uma variação bem conhecida dessa técnica é o famoso kanban, onde o desenvolvimento de cada umas das etapas do processo é acompanhado de perto através de avisos na forma de post its.
Existem diversas formas de se aplicar a técnica de canvas. Não existe um layout certo ou errado, tudo vai depender das características do seu projeto e de quais são os seus pontos de foco.
Criando seu game design canvas
Antes de qualquer coisa, é preciso que você defina quais os elementos mais importantes do seu jogo. Quais pontos precisam ser mais trabalhados e onde você quer alocar mais recursos.
O processo de criação de um jogo pode ser dividido em duas grandes partes: projeto e jogabilidade. Primeiramente, recomendamos criar um canvas separado para cada uma delas.
Canvas de projeto
O projeto envolve todos os aspectos gerais da criação do jogo, como objetivo geral, prazos de entrega, custos e equipe.
O canvas, nesse caso, pode ser mais simples, uma vez que esses elementos não envolvem um processo criativo em si, e sim elementos de organização geral.
Ainda assim, prazos são importantes de serem sempre levados em consideração, então merecem um local de destaque nesse momento.
Já nesse primeiro momento devem ser pensados elementos muito básicos do jogo, como a plataforma para o qual ele será desenvolvido, o número de jogadores e o estilo de jogo como um todo.
Canvas de jogabilidade
É aqui que a criatividade começa a borbulhar.
Dependendo de como vai ser o estilo do seu jogo, você pode querer separar o seu canvas em níveis – ou em áreas, com pilares de storytelling e mecânicas diferentes.
O ideal é que o canvas seja feito em um local onde possam ser feitas várias anotações para poder deixar bem claro cada um desses elementos.
Você pode começar a desenvolver os elementos criativos do seu jogo de duas formas: em um design bottom-up ou um design top-down.
Esses dois estilos de design podem ser pensados respondendo a seguinte pergunta: O que veio primeiro no desenvolvimento do seu jogo? As mecânicas ou o cenário?
Design bottom-up
Em um design bottom-up, a primeira coisa a ser desenvolvida, e o foco central de todos os elementos subsequentes, são as mecânicas e a jogabilidade do jogo.
Se você teve uma ideia de gameplay interativo diferente que quer desenvolver, ou pensou em uma forma criativa de como os elementos podem interagir na tela e quer expandir isso para um jogo completo, você vai trabalhar com o design bottom-up.
Nesse caso, o seu canvas vai começar contendo esses elementos originais, como eles serão aplicados no universo do seu jogo e qual vai ser o objetivo dessa aplicação.
A partir daí, você cria o mundo, tanto do ponto de vista narrativo quanto do ponto de vista estético, de forma a “justificar” a presença desses elementos com sentido e consistência.
Design top-down
O design top-down, por outro lado, é o exato oposto.
Ele surge de uma ideia geral, normalmente narrativa, a partir da qual os outros elementos do jogo serão construídos. Esse tipo de design é normalmente reservado para jogos que buscam contar uma história ao invés de focar em uma jogabilidade inovadora.
A maioria dos jogos de RPG, por exemplo, buscam contar uma história como objetivo principal. Os elementos inseridos no universo onde essa história acontece são considerados secundários e devem apenas auxiliar na construção da narrativa.
Estrutura de um game design canvas
Agora que você entende alguns conceitos mais básicos sobre a divisão do processo criativo de um game, podemos explicar melhor como estruturar um bom canvas conforme o seu projeto.
Uma estrutura bem popular de canvas é o “canvas de pirâmide”, que engloba bem os diferentes designs bottom-up e top-down que conversamos anteriormente.
Essa é uma das divisões mais básicas de um game design canvas. Idealmente, dentro de cada uma dessas caixas estariam caixas menores (ou post-its, em uma estrutura kanban).
Esses seriam, de fato, os elementos a serem desenvolvidos dentro de cada uma dessas divisões maiores.
O que exatamente seriam esses elementos apenas os desenvolvedores do jogo podem dizer. O canvas, afinal de contas, é uma ferramenta de auxílio de organização visual – não um guia de como se desenvolver um jogo.
Existe uma infinidade de formas de adaptar um canvas para os seus objetivos específicos, mas esses objetivos precisam estar claros para todos os membros da equipe de produção.
Criando seu jogo ao lado de profissionais
A técnica de game design canvas pode ser usado para uma infinidade de processos criativos envolvendo jogos e seu processo de gamificação, inclusive os não digitais.
O segredo é esclarecer quais são os seus objetivos e deixá-los sempre informativos no seu canvas, assim como compartimentalizar de forma correta o processo produtivo.
Nós aqui na Main Leaf trabalhamos com criação de jogos sob demanda há mais de dez anos – e sabemos bem como organização é fundamental para um bom processo criativo!
Entre em contato para conhecer o nosso trabalho e saber mais sobre como podemos auxiliá-lo a criar o seu próprio jogo o quanto antes. Retornaremos em até 24 horas.
